domingo, 6 de março de 2011

COMO ERA MESMO?

Houve um amor
Que assim o soube
Como se sabe a sede, a fome,
O frio, a dor

Mas, como tudo o que se sabe
E não se renova,
Tornou-se ele um costume quase automático,
Um ato reflexo,
Como quando se mata a fome, a sede,
Aniquila-se o frio e
A dor

Pelo desuso
Passou a ser como a palavra
Que se escondeu na memória
Mas está na ponta da língua o tempo todo

E assim, adormecida apenas,
Espera-se que possa
A um qualquer despertar
Ser ouvida de novo.